quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ela

Eu acho que hoje não acordei pra sorrir. a tristeza só me invade. pedir a Deus pra ela ficar, não vai me adiantar muita coisa, só me fazer chorar mais e mais. Ainda me lembro dos olhos dela, tão lindos quando um raio de sol, iluminavam o meu caminho até tal tragédia. uma doença tem ofuscado o brilho desse raio e tem escurecido a minha vida, a minha estrada tem ficado cada vez mais vazia e obscura. ela que me fazia sorrir com tão pouco, simulando uma criança envolvida por uma grande blusa de frio, ela me ensinava como era ser mãe, tão grande mãe ela havia sido. me acolheu tantas vezes em sua casa e eu nem precisava pedir, seu bolo de cenoura sempre recheado me esperava ao lado do forno, antes pedia a bênção, depois me lambusava daquele precioso bolo e quando estava cheia, dizia tchau e ia brincar de bola na rua, uma moleca. ela era não só a minha luz, mas as minhas forças. com ela viagei várias vezes, não só com o meu corpo mas também nos sonhos. as histórias me deixavam fascinada, e as risadas eram intermináveis. ela era única. o meu choro é de medo, e o meu caminho? cada vez mais escuro.. meu coração sofre. eu peço pra ir também, mas é em vão. quando ela tossiu aquela parte de seu já escasso sangue, foi o alerta pra minha gratidão.. a maior prova que amar alguém não faz ela existir fisicamente, o amor ultrapassa o corpo, enche a alma. e eu ainda penso que se ela tivesse me amado mais, esse amor já teria destruído aquele corpo frágil, e a minha existência também.

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