domingo, 28 de novembro de 2010

Borboletas

parecíamos dois adolescentes sentados à lareira contando histórias inventadas sobre aventuras passadas, aquecidos e encantados. a cada sorriso teu, um novo frio na barriga. tinham borboletas no meu estômago que se negavam em aquietar. a cada piscar dos teus olhos, uma nova sensação percorria meu corpo e deixava meus hormônios aflorados, como uma rosa que desabrocha. estávamos sozinhos naquela casa, eu podia ouvir a sua respiração.. fazia frio lá fora e não havia nenhum tipo de tecnologia indesejada para nos tirar dali. ele me olhava como se esperasse alguma reação às suas cantadas disfarçadas. confesso, eu estava abismada com tal situação. escutei meu coração bater alto e optei por seguí-lo. me vi em cima do seu corpo, trocamos o calor mais intenso e sublime que alguém pode sentir. estávamos engalfinhados como dois selvagens que se amam. as borboletas se aquietaram, o meu calor foi trocado pelo sono e dormimos, como dois adolescentes apaixonados que satisfazeram todos os seus caprichos. juro; pedi pra'quilo nunca mais ter fim.

domingo, 21 de novembro de 2010

Fim

eu ainda posso ver seus olhos azuis implorando por forças, ainda posso sentir seu cheiro, ainda posso escutar seus passos, te ver sentado e rindo de coisas bobas, posso ouví-lo contando suas histórias e ainda sim, sinto saudades. é como se você tivesse levado contigo tudo o que eu construí, como se nada fosse real pra nós. eu preciso de você, de um momento a mais, de um segundo te olhando, de um abraço pra me aconchegar.. enfim, eu te amarei eternamente, incondicionalmente.. até o fim.

domingo, 7 de novembro de 2010

Martírio

ainda ouço seu riso contagiante, sinto seu perfume, escuto sua voz me desejando boa noite, sigo o caminho dos seus passos, entendo seus devaneios, me aconchego no teu abraço, vejo seu andar e me sinto uma pequena menina encantada observando, ainda me vejo na sua beleza, me completo em você.. fortaleza. onde estás? meu colo amigo tão sereno. por onde tem andado, minha bela flor? por que não posso mais te olhar dentro dos olhos? onde colocaste as minhas forças? leva-te contigo um amor incondicional, minha melhor amiga. rasga as minhas lembranças e me tira este árduo sofrimento que me martiriza todos os dias. salva-me bárbara. minha bárbara menina, minha pequena.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Paradoxo

eu te amo e não quero que duvide disso, qualquer prova concreta não seria capaz de abalar.. a sua palavra basta e me convence de que o teu amor não é invisível, que tudo é real, e o meu castelo não é de areia. dúvidas são sempre dúvidas, escondidas ou não, elas existem.. só não comprovam nada, apenas provam desconfiança. preciso que saiba; erro contigo, sempre tentando acertar. o amor nos cega, e esse é o grande paradoxo da vida.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Novembro

Era início de novembro, eu estava em Londres suportando o frio e além de tudo, sozinha. Meu café quente de todos os dias me lembrava o calor de um amor.. descia pela minha garganta me causando sensação de plenitude, porém, efêmera. Essa era a ausência. Eu via de perto a saudade e abstinência do calor, e me via comparando qualquer presença do mesmo, ao amor.
É como se aquelas lembranças se fizessem insuficientes e todas as conversas que tive aqui, se emudecessem. Era precisão um amor comigo.
Minha aliança de ouro não estava mais tão presente. Caiu em desuso. Não quero um noivo de vinte e cinco anos que só pensa em sexo. Eu deveria estar pensando nele, porém, em nenhum momento lembrei-me de passeios ao parque, de risos incessantes.. deve ser porque essas recordações nunca existiram.
Sozinha em Londres, a cidade romântica da Inglaterra (e o pior de tudo, a trabalho).
Certa noite, dia 14 de novembro, decidi fazer algo; sair.
Troquei o café pelo capuccino. Coloquei um vestido pouco usado, me lembrava o calor do meu país. Era preto e tinha paetês brilhantes. Fui ao saguão do hotel, deixei minhas chaves e pedi um táxi.
Pedi sugestões ao taxista que logo me respondeu. Nessa noite mais quente os jovens iam para um restaurante temático onde a música era trance , onde a comida era cara, porém, era ótima. Então eu fui.
Me sentei em uma mesa e pedi logo de entrada um copo de vodka inglesa. O lugar tinha iluminação ambiente e estava cheio, talvez muito mais que o normal. Fiquei feliz, me senti aquecida outra vez. O tempo passava e eu estava bebendo muito, até que um gentil homem se sentou á minha mesa me perguntando o porquê de tantos copos de vodka, insinuando que eu estava bêbada e se oferecendo pra me ouvir.
Um anjo caiu do céu, em plena noite de novembro, em Londres.
O calor que aquele homem provocava em mim percorria rapidamente a minha espinha e me deixava com vontade de lhe abraçar e agradecer por isso, algo que eu não sentia com outro. Ele era espanhol e morava em Londres a alguns anos.
Conversamos, e muito. Descobri que ele era dono daquele estabelecimento, onde descobri de novo o calor. Dei meu telefone a ele, e saí quase ao amanhecer.
Cheguei no hotel e pedi: Um café e um amor, quentes por favor. Não! Altere o pedido.. um Capuccino e um amor, quentes por favor.
Estava eu, loucamente e desesperadamente ansiosa pr'aquela ligação que talvez mudasse algo, ou o rumo de tudo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mortos Amados

Na Terra, quando perdemos a companhia de seres amados, ante a visitação da morte, sentimo-nos como se nos arrancassem o coração para que se faça alvejado fora do peito.
Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que emudeceram.
Se varas semelhantes sombras de saudade e distância, se o vazio te atormenta o espírito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a segurança dos entes inesquecíveis que te antecederam na Vida Maior.
Lembra a criatura querida que não mais te compartilha as experiências no plano físico, não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisível mas não de todo ausente.
Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca tranquilizá-los com o apoio de tua conformidade e de teu amor.
Se te deixas vencer pela angústia, ao recorda-lhes a imagem; sempre que se vejam em sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.
Chora, quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma; no entanto, converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus.

médium: Francisco Cândido Xavier
Mentor: Emmanuel
Livro: Na Era do Espírito

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ira

Era evidente meu olhar sério e persuasivo para ele. Apesar de sua sórdida inocência, não percebia. A ira me invadia a cada movimento dos seus olhos. Não passava pela minha cabeça nenhuma resposta coerente ao seu comportamento inesperado.. isso não pode ser amor. Por gentileza, poderia notar a existência do meu sentimento? Por favor, não me faça te dizer o que estou sentindo, isso iria gerar muitas desavenças entre nós. Não me deixe te olhar de novo e ver sua atenção voltada para um celular. Não me ligue pra desejar boa noite e nem dê passadinhas na minha casa pra uma breve visita. Entenda que estar do seu lado é mais importante do que deveria ser e você desperdiça isso de alguma forma. Sim, eu vou cobrar sua atenção e mais que isso, que alimente a minha insegurança e escute tudo o que eu tenho pra falar, não preciso de seus poucos minutos. Acho que te amar em silêncio é a pior escolha que já fiz até hoje, mas talvez possa ter sido a mais sábia.