domingo, 28 de novembro de 2010

Borboletas

parecíamos dois adolescentes sentados à lareira contando histórias inventadas sobre aventuras passadas, aquecidos e encantados. a cada sorriso teu, um novo frio na barriga. tinham borboletas no meu estômago que se negavam em aquietar. a cada piscar dos teus olhos, uma nova sensação percorria meu corpo e deixava meus hormônios aflorados, como uma rosa que desabrocha. estávamos sozinhos naquela casa, eu podia ouvir a sua respiração.. fazia frio lá fora e não havia nenhum tipo de tecnologia indesejada para nos tirar dali. ele me olhava como se esperasse alguma reação às suas cantadas disfarçadas. confesso, eu estava abismada com tal situação. escutei meu coração bater alto e optei por seguí-lo. me vi em cima do seu corpo, trocamos o calor mais intenso e sublime que alguém pode sentir. estávamos engalfinhados como dois selvagens que se amam. as borboletas se aquietaram, o meu calor foi trocado pelo sono e dormimos, como dois adolescentes apaixonados que satisfazeram todos os seus caprichos. juro; pedi pra'quilo nunca mais ter fim.

domingo, 21 de novembro de 2010

Fim

eu ainda posso ver seus olhos azuis implorando por forças, ainda posso sentir seu cheiro, ainda posso escutar seus passos, te ver sentado e rindo de coisas bobas, posso ouví-lo contando suas histórias e ainda sim, sinto saudades. é como se você tivesse levado contigo tudo o que eu construí, como se nada fosse real pra nós. eu preciso de você, de um momento a mais, de um segundo te olhando, de um abraço pra me aconchegar.. enfim, eu te amarei eternamente, incondicionalmente.. até o fim.

domingo, 7 de novembro de 2010

Martírio

ainda ouço seu riso contagiante, sinto seu perfume, escuto sua voz me desejando boa noite, sigo o caminho dos seus passos, entendo seus devaneios, me aconchego no teu abraço, vejo seu andar e me sinto uma pequena menina encantada observando, ainda me vejo na sua beleza, me completo em você.. fortaleza. onde estás? meu colo amigo tão sereno. por onde tem andado, minha bela flor? por que não posso mais te olhar dentro dos olhos? onde colocaste as minhas forças? leva-te contigo um amor incondicional, minha melhor amiga. rasga as minhas lembranças e me tira este árduo sofrimento que me martiriza todos os dias. salva-me bárbara. minha bárbara menina, minha pequena.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Paradoxo

eu te amo e não quero que duvide disso, qualquer prova concreta não seria capaz de abalar.. a sua palavra basta e me convence de que o teu amor não é invisível, que tudo é real, e o meu castelo não é de areia. dúvidas são sempre dúvidas, escondidas ou não, elas existem.. só não comprovam nada, apenas provam desconfiança. preciso que saiba; erro contigo, sempre tentando acertar. o amor nos cega, e esse é o grande paradoxo da vida.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Novembro

Era início de novembro, eu estava em Londres suportando o frio e além de tudo, sozinha. Meu café quente de todos os dias me lembrava o calor de um amor.. descia pela minha garganta me causando sensação de plenitude, porém, efêmera. Essa era a ausência. Eu via de perto a saudade e abstinência do calor, e me via comparando qualquer presença do mesmo, ao amor.
É como se aquelas lembranças se fizessem insuficientes e todas as conversas que tive aqui, se emudecessem. Era precisão um amor comigo.
Minha aliança de ouro não estava mais tão presente. Caiu em desuso. Não quero um noivo de vinte e cinco anos que só pensa em sexo. Eu deveria estar pensando nele, porém, em nenhum momento lembrei-me de passeios ao parque, de risos incessantes.. deve ser porque essas recordações nunca existiram.
Sozinha em Londres, a cidade romântica da Inglaterra (e o pior de tudo, a trabalho).
Certa noite, dia 14 de novembro, decidi fazer algo; sair.
Troquei o café pelo capuccino. Coloquei um vestido pouco usado, me lembrava o calor do meu país. Era preto e tinha paetês brilhantes. Fui ao saguão do hotel, deixei minhas chaves e pedi um táxi.
Pedi sugestões ao taxista que logo me respondeu. Nessa noite mais quente os jovens iam para um restaurante temático onde a música era trance , onde a comida era cara, porém, era ótima. Então eu fui.
Me sentei em uma mesa e pedi logo de entrada um copo de vodka inglesa. O lugar tinha iluminação ambiente e estava cheio, talvez muito mais que o normal. Fiquei feliz, me senti aquecida outra vez. O tempo passava e eu estava bebendo muito, até que um gentil homem se sentou á minha mesa me perguntando o porquê de tantos copos de vodka, insinuando que eu estava bêbada e se oferecendo pra me ouvir.
Um anjo caiu do céu, em plena noite de novembro, em Londres.
O calor que aquele homem provocava em mim percorria rapidamente a minha espinha e me deixava com vontade de lhe abraçar e agradecer por isso, algo que eu não sentia com outro. Ele era espanhol e morava em Londres a alguns anos.
Conversamos, e muito. Descobri que ele era dono daquele estabelecimento, onde descobri de novo o calor. Dei meu telefone a ele, e saí quase ao amanhecer.
Cheguei no hotel e pedi: Um café e um amor, quentes por favor. Não! Altere o pedido.. um Capuccino e um amor, quentes por favor.
Estava eu, loucamente e desesperadamente ansiosa pr'aquela ligação que talvez mudasse algo, ou o rumo de tudo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mortos Amados

Na Terra, quando perdemos a companhia de seres amados, ante a visitação da morte, sentimo-nos como se nos arrancassem o coração para que se faça alvejado fora do peito.
Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que emudeceram.
Se varas semelhantes sombras de saudade e distância, se o vazio te atormenta o espírito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a segurança dos entes inesquecíveis que te antecederam na Vida Maior.
Lembra a criatura querida que não mais te compartilha as experiências no plano físico, não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisível mas não de todo ausente.
Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca tranquilizá-los com o apoio de tua conformidade e de teu amor.
Se te deixas vencer pela angústia, ao recorda-lhes a imagem; sempre que se vejam em sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.
Chora, quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma; no entanto, converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus.

médium: Francisco Cândido Xavier
Mentor: Emmanuel
Livro: Na Era do Espírito

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ira

Era evidente meu olhar sério e persuasivo para ele. Apesar de sua sórdida inocência, não percebia. A ira me invadia a cada movimento dos seus olhos. Não passava pela minha cabeça nenhuma resposta coerente ao seu comportamento inesperado.. isso não pode ser amor. Por gentileza, poderia notar a existência do meu sentimento? Por favor, não me faça te dizer o que estou sentindo, isso iria gerar muitas desavenças entre nós. Não me deixe te olhar de novo e ver sua atenção voltada para um celular. Não me ligue pra desejar boa noite e nem dê passadinhas na minha casa pra uma breve visita. Entenda que estar do seu lado é mais importante do que deveria ser e você desperdiça isso de alguma forma. Sim, eu vou cobrar sua atenção e mais que isso, que alimente a minha insegurança e escute tudo o que eu tenho pra falar, não preciso de seus poucos minutos. Acho que te amar em silêncio é a pior escolha que já fiz até hoje, mas talvez possa ter sido a mais sábia.

Secret

Eu queria te falar tudo o que se passa por aqui, dentro de mim. Te falar de todos os meus medos e onde você se encaixa neles. Te apresentar aos meus sonhos obscuros e às minhas doces recordações de julho. Eu preciso te contar das lágrimas que derramei na sua ausência. Te falar da saudade que me apertou nas noites de sábado, quando me lembrava das suas visitas inesperadas e beijava as minhas mãos que insistiam em permanecer úmidas e geladas com a sua presença. Sinto muito mais do que deveria, amor. Penso em você mais do que penso em mim, eu sei, isso é um erro.. mas é inevitável. Estou apaixonada e isso é tudo o que eu preciso que saiba.. ( Anonimamente, claro )

domingo, 17 de outubro de 2010

Amor

Depois que te perdi, me cansei. Depois que escutei suas palavras mais doces, que o vi chorando com todo o coração, que o enxerguei como parte de mim, que o vi renunciar ao invés de se impôr, que as forças já estavam escassas.. nada mais me serviu. Fiquei farta, nada mais me surpreendeu. Eu te amei irrevogavelmente e você se foi. Essa é a história mais lastimável e comum.. vou me recompor e você não será o meu mundo, será apenas aquele garoto, será mais um.

sábado, 16 de outubro de 2010

Sorte

Ela era cheia de sonhos, e ele um cretino mentiroso. Esta não é uma história de amor e derivados. Ela construiu os passos e todas as suas fortalezas no amor que sentia, e ele só queria sexo. Ela o amava, ele amava seu corpo. Ela nem se importava com suas imperfeições, ela acreditava nele, e ele calculava cada palavra, intencionalmente.
(Hoje, vemos claramente quantos elas e eles existem. Não se fazem pessoas mais como antigamente, não há juras reais e não há homens sinceros. Lembrando que esta é uma história real e uma crítica.)
Ela certo dia, acordou se amando mais e conheceu o melhor amigo dele que parecia se preocupar mais com seus sentimentos. Ele não ligou. Ele a traiu com sua inimiga, ele foi muito pequeno e sua atitude causou repugnância em todos. Ele não se importou, foi em frente, acreditou em si, foi egoísta, machista, arrogante, incrédulo.
Ela chorou, chorou.
(Esses são os casos mais comuns de desrespeito e tudo começa na adolescência. A fácil capacidade de abandono e desprezo, as diferenças ficam cada vez mais claras nos interesses; corpo e sentimento.)
O melhor amigo dele a acolheu, e ela se sentiu protegida. Ele a escutou e acreditou nos pensamentos dela. Isso lhe deu forças pra crer e perceber que o outro era só mais um.. mais um entre todos. Ele era comum, e ela ela a exceção. O melhor amigo dele era seu amor e isso era evidente. Ela aprendeu com ele a ser a sortuda.. mas não por acaso. Ela aprendeu a construir sua própria sorte.

sábado, 25 de setembro de 2010

Beco

Indo pra casa de alguém, eu me vi. Passeando a noite por uma parte esquecida da cidade, estava ao lado de uma amiga andando apressadamente, mas não deixando passar detalhe algum dos meus olhares. os taxistas intediados ao lado de suas máquinas, encostados no beco, apoiados a uma nuvem esvaída. as luzes cada vez mais fortes, me cegavam parcialmente. os carros e as músicas variavam. eu me senti, sumindo naquele beco.. onde meus olhos tomados pela exaustão, se fecharam.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Depois do vinho.

Parecia uma longa viagem. Me lembro bem à 2 anos atrás quando parei ao lado de uma mesa de sinuca, meio bêbado e desaparecendo em minhas visões alternadas. Estava sem camisa e com vários amigos naquele lugar, me divertindo em meio ás prostitutas e bebidas, ria pro vento.. e em uma daquelas fases do etílico, eu senti um grande vazio aqui dentro, senti falta de um afago, o contrário de meus amigos, que só estavam se importando com o sexo e sua satisfação pessoal. eu queria naquele instante estar recebendo carinhos e poder doar também. olhando pra'quele estabelecimento bagunçado e vazio, senti a ausência de amor. me sentei numa cadeira de plástico e vesti minha camisa que exalava um odor inconfundível; álcool. movimentei meus olhos pra direita, de onde vinha um baixo ruído, e lá estava uma linda mulher chorando.. me apressei em levantar e com intenção de ajudá-la, logo estava ao seu lado. ela usava salto e uma mini-saia rosa que atraía até o olhar das moscas. preferi não reparar muito nas vestimentas da menina, cheguei mais perto e sem tocá-la, perguntei-lhe baixo:
- Menina, o que te aflinge? Por que choras?
Ela, cabisbaixa, levantou o rosto e com a maquiagem borrada, os seios quase á mostra, ela estava me contando dessa noite. O nome dela era Raquel, ela tinha vinte e seis anos e estava trabalhando nisso a dois anos. Ela se vendia, pra pagar as contas da família, e a mãe achava que ela havia se formado em enfermagem, sendo que o dinheiro entregue a ela para pagar o curso, servia de alimento para seu ex namorado comprar crack. hoje, ela havia descoberto através de um exame de farmácia, que havia engravidado de um de seus clientes. foi trabalhar, mas se sentiu inválida.
Eu a abracei, mesmo sendo desconhecido, ela retribuiu o abraço. eu sentei e comecei a contar a minha história de vida a ela, tomamos uma garrafa de vinho, eu já estava bêbado, e ela se divertindo, me contando casos engraçados.. acontecimentos cômicos que me animaram. eram 4 da manhã, estávamos na frente de um bar fechado, deitados e abraçados olhando as estrelas. Trocamos telefones, e marcamos um encontro. Saímos, nos beijamos e transamos. Dessa vez, eu senti algo a mais, não foi uma transa qualquer, foi uma troca de sensações incomparáveis, foi amor.. e ela nem me cobrou por isso. Saímos de novo e de novo.. mas ela se preocupou pois precisava do dinheiro, deveria ajudar em casa.. então eu arrumei um emprego pra ela, Raquel seria minha secretária, eu era um empresário bem-sucedido. Fui apresentado à família dela como seu namorado e a apresentei a minha como Noiva. Fiz Raquel continuar grávida, o aborto era a única opção daquela menina desamparada, fomos fortes. No dia vinte e oito de abril do ano passado nos casamos.. hoje, temos um filho lindo, meu filho. tenho uma mulher que costuma me chamar de anjo, e eu prefiro pensar que ela é a minha também. nos ensinamos que o amor sempre aparece, independente de como vir, ele vai aparecer na hora certa e vai te deixar sem ação. o inesperado sempre me atraiu, depois que encontrei meu real amor, tudo o que era surpresa, não me assustou mais. apenas passei a crer no destino e deixar as coisas acontecerem, como se tudo tivesse escrito.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sonho

Como uma pequena menina ela brincava entre as flores, balançava as lindas rosas e o perfume se misturava áquele vento gelado.. o mesmo que balançava seus cachos ruivos. junto aos espinhos, junto as rosas e ao vento, ela era só uma menina. eu a assistia de longe, fiquei aluscinado com aquela pequena flor em meio ás outras. a perplexidade me invadiu naqueles momentos. a minha rosinha se movia lentamente, sorrindo pro jardim e recebendo o brilho forte do pôr do sol. os silfos ajudavam a movimentar o ar, assim, seu vestido branco de algodão dançava junto aos movimentos leves. fiquei observando e de um breve descuido, desceu uma lágrima em meu rosto. meu corpo se esvaía gélido. eu então voltava para o meu eu, voltava para o meu veículo de expressão. abri os olhos, e ainda me acalmando daquele intenso devaneio, sabia que aquela flor, era a minha menina e não havia força que pudesse me impedir de encontrá-la.. só que agora, além dos meus sonhos ou até mesmo fora deles.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lágrimas

é incrível o quanto a vida parece injusta. não adianta lutar contra a multidão, não adianta nadar contra a correnteza, tudo isso vai ser em vão. é o mesmo quando tudo desaba, tentar resolver um problema não adianta nada, não faz a mínima diferença. o que conforta é que quando a dor é muita no coração, ela transborda pelos olhos.

domingo, 1 de agosto de 2010

Eu

Eu fui o sonho de alguém. Fui a esperança dos sonhos que tive e todas as malícias das minhas recordações. Fui os sites que entrei, os cafés que bebi e todas as delícias que me alimentaram. Fui o martírio do amor, e seus descendentes. Fui a escuridão da dor e a luz do riso. Eu fui o caminho e as pedras, a água e a terra. O mar e o rio, a nascente e a cachoeira, as sombras e o clarão. Eu fui todos os livros que li, todas as orações que fiz, todas as insônias que tive e toda cafeína que me causou isso. Todas os contos e mapas que desenhei, todas as incertezas e dúvidas. Todos os amores e ejaculações, todas as minhas putas, todas as minhas alegrias instantâneas. Eu fui quem chorou e se levantou. Eu fui a intensidade e o fogo ardente, o frio e a indecisão. Hoje, eu levo o reflexo do que eu fui.. e a pergunta incessante, quem sou eu?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A gente

A gente finge que não sabe, finge que não pensa, finge que não sente. Quando a gente vê tudo ir embora, a gente sofre, a gente chora, a gente ama.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Compaixão

Bilhões de pessoas no mundo e quando você precisa de alguém, todos somem. Quando vinte precisam de você e você se torna vinte, pra ajudar todos. essa é a grande lei, exigem cem por certo de você e esquecem de se doar. Me perco. Me perco nos meus planos. Eu quero ajudar, vou me recompor todas as vezes que alguém me faltar. Pessoas indo e vindo. Vedamos nossos olhos pra tantos problemas, pra tanta violência e preconceito, pra todos os sentimentos que vagam dentro de um corpo frágil que é cobrado a cada dia. Mesmo esperando a ajuda de alguém, contribua com a sua parte e com os seus feitos, pra melhorar essa baderna, melhor dizendo. Não se sente para ver tudo passar. Se levante e faça alguém levantar contigo, faça alguém abandonar as facas e apresente-o as flores, esconda o oprimido dos olhares preconceituosos e mortais das autoridades, mas mostre a ele todas os seus direitos e caminhos bons, nunca prenda quem você ajuda. Faça melhor que prender, ensine, deixe-o fazer a sua história e mesmo ele nem agradecendo, no final, você vai ser resumidamente a obra que fez. não pense no que vai receber após o seu feito, pense no bem que isso vai causar a esse mundo. você não é amado porque você é bom, você é bom porque você é amado.

sábado, 10 de julho de 2010

Momento

vivo na nostalgia dos meus pensamentos, tentando encontrar alguma razão pra me sacrificar pelo futuro. com um cappucino ao lado e um livro de frases socráticas eu estou vivendo. a alegria das minhas tardes é saber que alguém me ama e o meu ar-condicionado que tem esfriado o meu corpo, me fazendo ter saudades de outro. tenho fechado as janelas, ficando no meu quarto observando e rindo das minhas histórias. assistindo seriados apaixonados e tentando me concentrar na resolução das minhas distrações, o que não tem sido fácil. quando a gente se apaixona, o que fazia sentido, agora é mito.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Proibido

te encontrar e pouco te tocar, te ver de longe e me sentir distante, te dizer te amo, e não afagar teus cabelos. te sentir longe de mim e de todos os meus cuidados, te amar em silêncio. esse amor proibido, essa paixão louca de dormir sem te ter do lado, de sonhar tão alto e me perder nos nossos planos. eu te amo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Alguém

quando a gente espera muito tempo, começamos a desistir. tudo tem limite. a espera também. cansa, muito. esperar por alguém, por um sentimento que pode se tornar irreversível, esperar por um amor é quase um motivo de se esquecer, guardar-se é quase esquecimento. difícil é esperar com tanta incerteza, se abandonar e só existir no outro, insistir em aguardar o momento e não saber se vai chegar. colocamos em nossas vidas, objetivos, o amor é o único incerto. aqui hoje, amanhã não se sabe onde. pessoas confusas e mutáveis se machucam mais. a espera não acaba, o interminável tédio. quando alguém aparece, o coração se abre, o eu, invade o certo. a identidade social começa a nascer, crescer como um ser único dependente de outro. esse é o lado bom de tudo, de toda a espera. a surpresa, a felicidade ao encontrar alguém compatível com os seus sentimentos e incertezas. esperar compensa, atrasa, mas sempre chega a recompensa.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

estou saindo do meu colégio, minha melhor amiga está indo morar fora do país, as horas demoram cada vez mais a passar. o ciúme e a ira tem me consumido, tenho brigado com as melhores pessoas e tenho esquecido de coisas marcantes.. esse é o meu blog e espero que entendam a minha ausência temporária! obrigada.

sábado, 3 de julho de 2010

Janela

em uma noite inicialmente efêmera percebi logo a insônia que submetia meu corpo, abri as janelas e senti o vento frio percorrer a minha pele já aquecida, fechei-as, porém acabei quebrando uma parte do fecho. acendi um cigarro e liguei a televisão, o vento movimentava a antena, desliguei. um frio danado lá fora e eu aquecido aqui, já no meu segundo maço. envolvido pela nostalgia das minhas lembranças e pelo tédio, estava eu em um quarto de hotel, fugindo dos meus problemas e da exaustão causada pela minha rotina. fugi. fugi de casa, mesmo morando sozinho eu resolvi desaparecer por um tempo. fugir das sombras do dia, dos gritos ensurdecedores da noite e da grave pressão que me rodeia. se te falar que estou pensando em ficar por aqui mesmo, ouvindo as batidas de um coração solitário e confuso, fumando e tomando algumas cervejas, esquecido pelo sentimento. apalpei meu bolso pra me certificar da presença da minha carteira, tirei alguns trocados e desci as escadas daquele pobre estabelecimento. da recepção mesmo, pedi um sanduíche barato e subi esperando a chegada de meu alimento. comi, bebi, fumei. chorei. reparei a presença de uma escura sombra ao meu lado esquerdo. era alguém, eu estava certo disso. a minha esposa, a minha única mulher que se foi a pouco, ela veio me ver, me encontrar nesse lastimável momento. sua face me entristeceu. fui até o banheiro e usando alguns instrumentos da janela quebrada. com um golpe apenas, certeiro, me livrei de tal sofrimento, meus olhos se fecharam em meio a tanto sangue. é, eu acho que me deixei levar por toda aquela solidão infeliz, simples golpe que me fez vê-la de novo, e pra sempre.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

felicidade

independente de quantas pessoas vão tentar te fazer chorar ou entristecer a sua vida, lhe fazer fraquejar e te deixar a mercê das tragédias desse mundo, o teu coração vai estar em paz. cuide da sua aura, não da sua imagem. viva pra se conhecer, esqueça os poucos que tentam se avantajar da sua infelicidade. são ratos, todos ratos sujos e imundos que tentam ofuscar seu brilho. inveja não é apenas o nome certo, o coração dessas unidades isoladas é escuro e só demonstra falsidade e ódio. o bom é poder agradecer por sorrir e transmitir aos outros a sua pura originalidade, mostrar a transparência do seu coração, da sua alma e do seu olhar. de verdade, sinta-se honrado por existir tantos infelizes tentando te deixar como eles. isso significa que você é uma grande ameaça pra evolução social de ambos e que você é um forte concorrente pra sua popularidade. sinta-se honrado por viver e conquistar os outros com a sua forma simples e direta, sem nenhuma intervenção alheia. a felicidade quem constrói é você, saber que existe alguém tentando roubar essa dádiva de ti, é até inventando coisas a seu respeito, levante sua cabeça, esse alguém sonha em ser o que você construiu com as suas forças, conquistanto o seu espaço, moldando a sua felicidade e existindo na sociedade como alguém único e insubstituível. o único sentimento que se deve a esses excluídos, é a compaixão. desejar sorte e muita fé, basta.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Noite

Faziam sete meses de namoro. Ele trouxe pra minha vida tanta paz e segurança, que já estava quase me entregando. Uma parte de mim pedia pra ir correndo atrás dele e lhe falar o quanto o desejo, outra parte de meu ser pedia pra eu me afastar e tomar cuidado com a minha auto-preservação. Ao levantar da cama no dia oito de março, o que me veio em mente foram teus olhos e caí em prantos lembrando o quanto esses meses foram certos pra mim. Ao levantar escutei uma leve batida na porta, logo sabia que era o senhor Lucas, o porteiro daqui. Ele tinha um grande buquê de rosas brancas e um envelope perfumado em mãos, com grande dificuldade, colocou aquela nobre mercadoria em uma mesa de centro, eu o agradeci e rapidamente abri o envelope. Eele assim dizia: " Meu amor, hoje temos muito o que comemorar. São sete meses que compartilhamos de carinho, cumplicidade e apoio. Obrigada por ser a mulher mais linda e especial da minha vida. Te amo irrevogavelmente. Ah, te busco ás oito pra jantarmos, espero que tenha gostado das flores, o presente vem a noite. um grande beijo. Victor ". A felicidade me consumiu incondicionalmente. O medo também fez parte, mas não era tão ruim. Dei alguns pulinhos, tomei um banho rápido e escovei os dentes. A espectativa de que o dia seria longo e que eu deveria me arrumar, me trouxe esperanças. Fui ao salão e fiz todas aquelas bobeiras que os homens gostam. Sabe, sempre fui muito elogiada pelos meus cabelos ruivos, mas ele gostava tanto de me ver loira que até fiz questão de pintar o cabelo. Fui até a casa de umas amigas pegar umas dicas de como me vestir, elas indicaram um vestido branco porque combinavam com os meus olhos evidentemente claros. Aceitei as dicas e fui até o shopping. Comprei alguns sapatos e quando já estava indo pra casa, vi uma loja de langeries, uma loja cara fazendo promoção. Entrei e logo fui atendida, me deram para provar langeries azuis e vermelhas, sabe, eu amava vermelho. Comprei uma vermelha com laços, ele amava a minha pele brança vestida com vermelho. Fui para casa correndo, já eram quase sete horas. Coloquei aquela linda peça íntima, meu vestido branco, me maquiei e estava pronta. A campainha tocou, era ele.. o Victor. Me envolveu em seu abraço e me levou até o carro. Estávamos em uma adega bem reservada, tomada bela baixa iluminação sentamos em uma mesa, a única de lá. Rimos, comemos peixe e bebemos vinho, até demais. Tudo isso ao som de uma música que eu nunca esquecerei, uma música em espanhol que acalmava mais o ambiente. Eu estava certa do que queria, ele também. De lá, fomos até um hotel muito lindo, ouvi falar das românticas noites que os casados passavam lá, nunca fui. Em uma suíte abafada pelo calor humano e pelo amor, eu me entreguei. Pela primeira vez, ao homem que eu queria do meu lado eternamente. Cansados estávamos, ele cochilou, eu fiquei observando sua face tão linda e pedindo pr'aquele momento nunca ter fim.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ela

Eu acho que hoje não acordei pra sorrir. a tristeza só me invade. pedir a Deus pra ela ficar, não vai me adiantar muita coisa, só me fazer chorar mais e mais. Ainda me lembro dos olhos dela, tão lindos quando um raio de sol, iluminavam o meu caminho até tal tragédia. uma doença tem ofuscado o brilho desse raio e tem escurecido a minha vida, a minha estrada tem ficado cada vez mais vazia e obscura. ela que me fazia sorrir com tão pouco, simulando uma criança envolvida por uma grande blusa de frio, ela me ensinava como era ser mãe, tão grande mãe ela havia sido. me acolheu tantas vezes em sua casa e eu nem precisava pedir, seu bolo de cenoura sempre recheado me esperava ao lado do forno, antes pedia a bênção, depois me lambusava daquele precioso bolo e quando estava cheia, dizia tchau e ia brincar de bola na rua, uma moleca. ela era não só a minha luz, mas as minhas forças. com ela viagei várias vezes, não só com o meu corpo mas também nos sonhos. as histórias me deixavam fascinada, e as risadas eram intermináveis. ela era única. o meu choro é de medo, e o meu caminho? cada vez mais escuro.. meu coração sofre. eu peço pra ir também, mas é em vão. quando ela tossiu aquela parte de seu já escasso sangue, foi o alerta pra minha gratidão.. a maior prova que amar alguém não faz ela existir fisicamente, o amor ultrapassa o corpo, enche a alma. e eu ainda penso que se ela tivesse me amado mais, esse amor já teria destruído aquele corpo frágil, e a minha existência também.

terça-feira, 22 de junho de 2010

realidade

a vida passa e o dia inteiro eu fico a me imaginar. daqui uns anos, daqui algumas horas, será que o mundo vai mesmo acabar? será que eu vou sofrer? quando essas perguntas me consomem, eu prefiro lembrar do meu presente. o atual também não é dos melhores, mas o meu presente sou eu que faço.. isso é o que me conforta. saber que um erro pode se transformar em aprendizado, que tudo de ruim é fase e logo passa, logo estarei de pé mais uma vez e cada vez mais forte. a única coisa que levo sempre é que nada é mútuo, apenas sentimento. tentar ser forte demais, indestrutível, só te destrói, te compromete e te corrompe, consigo mesmo. se amar é fundamental, se amar demais é narcisismo. aprenda a amar não só a si mesmo, mas o próximo, aprenda a construir algo mútuo onde você exclusivamente não é o protagonista. essa é a razão da vida.. viver cada momento intensamente e marcar o caminho de cada um, antes que o amanhã chegue e seja cruel, levando assim o seu presente e terminando a tua história sem nenhuma plateia, ou melhor, sem nenhum elenco.

Estrada

Essa tarde estava voltando do colégio, quase anoitecendo e fiquei ouvindo as buzinas,olhando os mendigos ,aquelas sombras atrás das esquinas e a fumaça dos restaurantes. As luzes incendiavam a escuridão dos becos e ocultavam meu medo. Em cada esquina uma criança de olhos brilhantes me esperava, implorando por um doce.. logo a frente, eu observava casais com filhos usurpadores de seu próprio veneno, implorando por mais um video-game digital. O fim? Vivo me perguntando até quando seremos escravos do dinheiro, enquanto alguns são escravos da miséria.